Pense comigo (17 de Outubro de 2011)

Manazinha, hoje eu quero falar de FULERAGEM. Geralmente quando ouvimos essa palavra, nos preparamos para dar boas gargalhadas, La vem piada! só, que eu quero entrar no sentido da expressão pra falar de um determinado tipo de comportamento de muitas pessoas que desvalorizam o trabalho do outro. Vou falar especificamente da gente que faz televisão em Manaus (afinal é a minha praia). Quando eu comecei ha (17 anos atrás) tinha pouca gente no ar, contávamos nos dedos, agora são milhares de programas e gente de todo o tipo se intitulando de apresentador. O comentário nas ruas é: “como é que pode ! tanta porcaria no ar!”. Sabe porque pode? Porque qualquer pessoa pode comprar um horário no canal a cabo, as cabeças de rede tipo: Globo, SBT, Record etc... so podem passar a programação que vem do Sul e tem pouquíssimos horários disponibilizados para a programação local. Geralmente é só o jornal local e quando tem sobra eles metem logo um programa político desses que explora a miséria humana, o único canal genuinamente amazonense que poderia arrumar essa bagunça também se exclui, é difícil de negociar só trabalha com estagiários que topam qualquer parada.  Para fechar esse quadro com chave de ouro, tem gente que por um patrocínio, oferece um preço tão baixo que não da nem pra pagar a gasolina do carro confundindo a cabeça do cliente. Como essa pessoa consegue? Tem nas mãos uma produtora e câmeras, editores e outros profissionais que são pagos não pelo valor cobrado e sim pela produtora. O cliente  por sua vez acha que está “se dando bem” pagando pouco e aí a FULERAGEM está completa!. Manazinha eu com tantos anos no mercado posso lhe garantir que esse tipo de publicidade NÃO DA RESULTADO! Como que o telespectador vai gravar algum nome no meio daquele bate palmas televisivo? FALA SÉRIO! Nos precisamos criar um sindicato ou uma associação pra acabar com essa prostituição.



(Texto publicado no Jornal Manaus Hoje onde escrevo uma página todos os sábados)